Os registros e a tradição
trazem poucos dados sobre a vida de Gregório de Nissa, antes dele se tornar
sacerdote. Mas, existe a literatura teológica que nos dá luz sobre seus
pensamentos e seu modo de agir em relação ao cristianismo, que ele mesmo
escreveu e nos deixou. Ele nasceu na Cesarea da Capadócia, Turquia entre os
anos 330 a 335. Seus pais Basílio, apelidado de "o velho", e Amélia,
tiveram dez filhos dos quais: Gregório, Pedro, Basílio e Macrina, se tornaram
santos. Sem contar o avô, que morreu mártir e a avó, da qual a irmã herdou o
nome, e que a Igreja também venera.
Gregório estudou em
Atenas, e se interessou especialmente pelos principais autores clássicos da
razão, como Platão e Aristóteles, mas também os da fé, como Orígenes e Metódio
de Olimpo. Mais tarde se casou e foi lecionar. Ao se tornar viúvo abandonou o
cargo de professor, para se dedicar só ao Cristianismo. Sob a orientação e
influência de Gregório Nazianzeno, que também é celebrado e com quem ele
convivera, foi motivado a seguir a vida religiosa à exemplo dos seus irmãos.
Optando pela monástica, se isolou num mosteiro do qual saiu somente quando, em
371, foi nomeado bispo de Nissa, na Capadócia.
Tornou-se um
teólogo conhecido e respeitado através de seus famosos trabalhos dogmáticos,
dos quais "Grande Catequese" é considerado o principal. Dentre suas
obras importantes, encontramos também o "Livro sobre a Virgindade",
referente a Maria, Mãe de Deus. Todas escritas durante o tempo vivido na
solidão das margens do rio Íris, onde se isolara com seu irmão Basílio, que
depois se tornou bispo da Cesarea.
Amante da solidão e
do estudo, foi a contragosto que assumiu a diocese de Nissa. Sua bondade e
falta de senso prático eram tão notórias, que muitos a consideravam
ingenuidade. Tanto que, nesse cargo, Gregório viu-se acusado de desperdiçar
bens da Igreja, sendo, de repente, deposto e mandado ao exílio, no ano 376,
período em que faleceu seu irmão Basílio. Entretanto, dois anos depois, provou
que tudo não passou de uma trama dos hereges arianos, porque as acusações não
foram fundamentadas e Gregório teve sua inocência reconhecida. Aclamado pelos
fiéis e pelo povo, reassumiu a diocese.
Depois desse
episódio do exílio, o conceito de Gregório de Nissa subiu muito no mundo
cristão e ele resolveu inúmeras divergências entre as igrejas orientais, sendo
o mediador de questões doutrinárias ou mesmo administrativas. Cumpriu também
missões determinadas pelo próprio imperador. Ele teve participações decisivas
nos concílios: de Antioquia e o de Constantinopla, em 394, onde se definiu a
"coluna da ortodoxia". Colocou a paz entre as Igrejas da Arábia e da
Palestina.
Há muitos pontos em
comum entre Gregório de Nissa e Tomás d'Aquino se compararmos, no trabalho de
ambos, o cuidado em dar aos problemas enfrentados, cada um à sua época, uma
resposta em sintonia com os dados da fé e as exigências da razão. Gregório de
Nissa é considerado um dos padres orientais mais expressivos do século IV. Ele
morreu entre os anos 395 a 400 e sua festa se comemora no dia 09 de março.
Fonte: Paulinas em 2014
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